Nova Zelândia – Ilha Norte


Waitamo Caves


Por pura coincidência, durante o vôo da Emirates, dentre o cardápio de filmes, escolhemos assistir o Invictos. No fim do filme, que relata como Mandela utilizou-se da copa do mundo de rugby para unir o país, os sul africanos enfrentaram os “All Blacks” símbolo nacional neozelandês.


Uma das cenas mais marcantes do filme foi o temor que afligiu os anfitriões quando seus oponentes se puseram a dançar fazendo caretas. Antes de todas as partidas, a equipe kiwi (forma como os neozelandeses são conhecidos) tem por tradição executar a haka, dança da guerra dos maoris, que, por sua vez, eram os antigos habitantes da Nova Zelândia pré européia.

Bem, em solo, contamos com a simpatia do agente da imigração, mas fomos surpreendidos por cães farejadores. Diferente do que se possa pensar no primeiro momento, ninguém colocou drogas em nossa bagagem.


Na verdade, os cães farejaram resíduos de banana e maçã em nossas mochilas. Pode parecer estranho, mas a Nova Zelândia possui rigorosas regras de bio-segurança. As coisas pioraram quando perguntaram se tínhamos botas e pediram para verificá-las. A Eliane ficou bem na fita, mas, a minha bota teve que ser recolhida para processo de desinfetação. Nessas idas e vindas, ficamos um bom tempo no aeroporto, porém com tudo esclarecido, fomos liberados.


Passada a ameaça de sermos confundidos com terroristas ambientais, tomamos um ônibus do aeroporto para o YHA City, um dos albergues melhores conceituados de Auckland. Da janela do nosso quarto, dava para ver a Sky Tower imperando sob o céu azul livre de qualquer nuvem. Exaustos, tiramos um cochilo e depois saímos para explorar a cidade.



Vista do quarto no YHA City - Auckland


No outro dia, ainda sob a influência da mudança de fuso horário (3h de diferença para a Austrália), levantamos às onze da manhã. Foi só olhar pela janela para termos nossa primeira experiência com o temperamental clima neozelandês. O frio havia chegado com força, juntamente com céu cinzento e chuva. Não tendo outra escolha, dado o tempo curto, saímos para explorar a cidade, tendo a visita à Tower como ponto alto.



Auckland Town Hall - antiga prefeitura



Auckland - da janela do carro enquanto cruzávamos a ponte


No terceiro dia de Nova Zelândia, acordamos cedo e saímos para comprar alguns itens para o frio, almoçamos e fomos pegar a campervan que havíamos reservado junto à empresa Juyce: veículo a diesel, maior e melhor equipado do que aquele utilizado na Austrália. No primeiro dia, dirigimos direto para Whangarei, porta de entrada para Bay of Islands, região formada por baías repletas de ilhas e ilhotas, centenárias árvores gigantes. A região é o berço da colonização inglesa no país.




Flagstaff - Bays of Island

Na região, onde pernoitamos por duas noites, fizemos a trilha de Whagarei Falls e do monte Flagstaff, onde foi fixada a primeira bandeira da Nova Zelandia britânica, em Russel (vista panorâmica impagável), e visitamos a primeira residência européia no país, em Kerikeri. Nessa última visita, soubemos que os primeiro colonos foram missionários calvinistas que foram voluntariamente para aquela terra desconhecida para evangelizar.



Trilha - Whagarei Falls



Árvores gigantes - Whangarei


Daí, foi seguir o longo caminho até Waitamo, onde pernoitamos no TOP 10, maior rede de caravans parques do país. No outro dia, levantamos às 6h30 para não perdemos a vaga no passeio de cinco horas por uma das famosas cavernas da região. Com a empresa Rap, Raft ‘n’ Rock, fizemos rapel, rafting, escalada, rastejo por frestas e conhecemos os famosos glowworms. Esses últimos são larvas que, na escuridão das entranhas da terra, brilham como estrelas. Nesse passeio, fomos acompanhados por um casal inglês e por outro belga, esses últimos encontramos em outros momentos ao longo de nossa trip pela ilha norte.



Waitamos Caves

Na seqüência, dirigimos duas horas até Rotorua, onde acompanhamos um jantar com apresentação de maoris no restaurante Matariki. Tendo reservado o evento em um backpacker, conseguimos um bom desconto. No jantar, reencontramos o casal belga, Vivian e Emerick. Depois do show, bastante interativo e da refeição preparada sob rochas vulcânicas, junto com os belgas, pernoitamos num caravan a beira do lago.


Dança Maori

Tal qual na Austrália, na Nova Zelândia, dificilmente se encontra alguém na recepção dos caravans parques depois das oito da noite. Como não tínhamos outro local para ir, coletamos o mapa interno do estabelecimento que encontramos e fomos procurar um local para estacionar nossas campers.

Campers estacionadas, as luluzinhas ficaram nos carros e os bolinhas foram tentar localizar banheiro, cozinha e etc. Sem mais nem menos, um velhinho apareceu com uma lanterna atrás de mim e disse: neste caravan há dois gatos se você matar um deles, você é um “F.” homem morto. Diante da ameaça, só me restou dizer ao distinto senhor que eu gostava muito de gato. Por fim, o velhinho, que era um hóspede de longa data, nos apresentou o local e terminou nos oferecendo amizade e algumas fatias de pão.


Ainda em Rotorua, no dia posterior, fomos conhecer os gêiseres do parque Tapuia. Impressionante ver os jatos d´água se elevarem há mais de quinze metros do solo. Da mesma forma, as lagoas de lama escaldante eram um espetáculo a parte. Por falar em espetáculo, havíamos adquirido bilhetes apenas para admissão geral, mas quando a Eliane viu a maori chefe, que havia nos recepcionado no jantar do dia anterior, a cumprimentou à moda brasileira. A senhora, então, nos convidou para assistir a um novo espetáculo, no parque mesmo, de graça.




Geiseres - Rotorua


Na seqüência, dirigimos por 76 km até Taupo; cidade situada a beira do lago de mesmo nome. Esse lago é o maior do mundo formado por cratera vulcânica. Na mesma tarde, visitamos Huka Falls. O rio Huka se origina no Lago Taupo, se avoluma, encontra estreito caminho entre rochas, ganha pressão e se precipita nessa formidável queda d’água.




Huka Falls - Taupo



Em nosso sexto dia de aventura com a campervan, seguimos contornando o lago Taupo e, cruzando o parque nacional Tongariro - habitação de três grandes vulcões - tomamos o caminho para Wellington, com tempo para almoçarmos em Hunterville, cidade onde os cães são celebridade.


Em Wellington, havia caravans parques, apenas na rodovia, fora da cidade. Resolvemos, então, procurar a rede YHA. No albergue, por sua vez, não havia lugar para estacionarmos nossa camper. Todavia, fomos informados que existia um local, a beira mar, onde camperos se reuniam de maneira informal, mas segura. Encontramos o tal local, de onde tínhamos uma visão privilegiada da baía, e ali pernoitamos por duas noites, junto a várias outras campers. O detalhe é que na primeira noite, o vento era tão forte que sentíamos o carro balançar.


O ponto alto de nossa passagem por Wellington, sem dúvida, foram às muitas horas que passamos no museu Te Papa. Bastante interativo, o museu conta a história da Nova Zelândia em todas as suas dimensões: dos primeiros maoris, a chegada dos europeus; de suas maravilhas naturais, à violência de seus vulcões e terremotos. Aficionados que somos por esse tipo de coisa, chegamos ao museu às 10h30, fizemos uma stop para almoçar comida malásia, nas redondezas, e só fomos embora depois das 17h, praticamente fechando o museu junto com os funcionários.


Para quem ficou curioso a respeito de nossa higiene pessoal, temos a informar que há vários banheiros públicos espalhados pela Nova Zelândia. Quanto ao banho, próximo ao local onde pernoitávamos, havia uma academia pública, onde uma boa ducha sai pela bagatela de dois dólares.


Nosso bye bye a Ilha norte se deu com a travessia inter ilhas de ferry. A camper seguiu em um compartimento do navio e nós aproveitamos cada segundo desfrutando o visual do Estreito Cook.




Travessia inter ilhas




Campervam no navio




Jucies





Vida de campera - vamos almoçar?

Comentários

  1. Que legal a viagem de vocês!!!!!
    Muitos lugares interessantes, lindos...
    Muita experiência de vida diferente, hein?
    Fico muito feliz que vocês estão aproveitando bastante!!!
    =)

    beijinhos

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  2. Oh!!! ta pensando!!! não e só passear tem que conzinhar.Vcs são um casal e tanto.Beijos

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  3. Oi Thais!

    Eh muito bom ter seus comentarios aqui.
    Continue nos visitando sempre.
    Sao realmente experiencias para toda uma vida.
    Gostamos de dividi-las com pessoas especiais para nos, como vc.

    Abraco!

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  4. Oi Vanessa!

    Eu tambem nao sabia, mas, agora virei fan de camping. kkkk


    Valeu!!!

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